terça-feira


"A vida não é só cor, muito menos sorrisos,
mas enquanto houver forças para a abraçar,
não irá haver nervosismos,
irá sempre haver tempo para sonhar" @

domingo

A dias em que me dá acessos de raiva, há dias em que me dá acessos de felicidade, há aqueles em que me dá para cantar, para sorrir, para pintar, para falar, para passear, para correr, para aturar alguém, para querer coisas, para comprar, para sonhar, para ouvir musica, para escrever, para me assoar, para dormir, para me deitar, para acender e desligar a luz, para viciar no ligar e desligar a televisão, para amar (...)

Mas nesses todos acessos que me dá, em todos os dias, há um que está presente em todos os meus dias, é o pensar e o sentir, não há um único dia que não pense, que merda de vida é esta, em que é que me meteram? Em que é que me transformei? Como é que aconteceu? E sim, o Porque é que aconteceu? É a pergunta mais frequente.

Na maior parte dos dias, sinto um grande vazio, um vazio enorme e frio, para além de escuro, bastante escuro, por não estares, pessoa incógnita, mas não está, há a necessidade, que me façam sorrir da maneira que quero, da maneira que gosto. Uma pessoa que me conheça dos pés a cabeça, da cabeça aos pés, conheça todas as minhas veias, todas as minhas respirações, todos os meus pulsamentos, até todos os meus tiques.

Uma pessoa que conheça realmente, que me dê valor realmente, uma pessoa que me complete.

Olho para trás e penso porque é que foste? Porque é que não ficaste? Porque é que erraste desta maneira tão grave e tão nojenta para comigo? Porque, se a única coisa que eu queria era fazer-te sorrir, era abraçar-te, era beijar-te, era completar-te?


E depois reparo, que nenhuma dessas opções esteve no teu pensamento, nenhuma mesmo, quer dizer, foi o que demonstras-te, foi o que exprimis-te, foi o que eu senti e me apercebi.

Volto a olhar para o agora, e penso que sim, tu acima de tudo deste-me uma grande lição, e uma grande força, descobri em mim uma força que não sabia que tinha, que agora valorizo muito, é a melhor força que alguém me poderia ter dado, foi ela que me ajudou a ultrapassar tudo, sozinha sim, porque apesar dos amigos, aqueles bons amigos que estiveram sempre e sempre lá, que continuam lá, quando me dá estas vontades espontâneas de escrever sobre isto mesmo que já não representes nada para mim, fui eu que consegui superar tudo sozinha, fui eu que venci. Venci uma guerra muito complicada. E admito, foi com muita dor, foi com muito sofrimento, mas sim, hoje posso gritar e afirmar ao mundo que consegui!

Em seguida, olho para o futuro, olho para o desejado, para o que idealizo, o que acho que mereço depois de tudo, uns braços a segurarem-me, a virem ao meu encontro, a agarrarem-me com uma força como ninguém, seus olhos a olharem para mim. Sim, eu refiro muito mais abraços do que beijos ou qualquer outra forma de expressas um sentimento, para mim, os abraços simbolizam muito, e existem várias formas de abraços ...

Mas quero um abraço que me dê força, que me dê vontade, que me dê sorrisos, que me dê alegrias, e muito, muito conforto.

Depois lembro-me da lição que a vida me dera ao longo destes anos que no mundo permaneço, lembro-me que ela já me deu as mãos sim, mas nunca da maneira que mais desejaria, e lembro-me que nada pode ser como realmente queremos, pode até estar quase lá, mas nunca, nunca é mesmo como queremos.

Não quer dizer que ela seja cruel. Não, a vida não é cruel, cada um colhe o que semeia, e temos sempre que nos lembrar, por vezes podem-nos calhar coisas completamente indesejadas, mas quando começamos a compreende-las, e tentamos gostar delas, na maior parte das vezes elas tornam-se numa das melhores coisas que temos, e eu, por muita coisa má que tenha, posso dizer com clareza que tenho uma das melhores coisas que se pode ter, tenho uma óptima família, nessa família, não se encontram só os “de sangue” como todos dizem ser a família, encontram-se também os verdadeiros amigos, apesar de só serem 5, os verdadeiros mesmo, mas não interessa a quantidade, interessa a qualidade, e eu posso afirmar que qualidade não lhes falta, são como família completamente, não posso dizer que são perfeitos, nepia, não são, ninguém é perfeito, mas não são só as suas qualidades, são também os seus defeitos que fizeram com que eles me cativassem, fazem deles as melhores pessoas para mim.

Posso não ter o que idealizo, mas ao menos, tenho essa minha grande “família”, grande não em termos de quantidade, mas em termos de qualidade.

É como se diz “Porque é que a palavra grande é mais pequena que a palavra pequeno?” Eu acho que foi ai que encontrei o verdadeiro sentido da palavra, volta atrás, lê outra vez a frase, eu acho que significa que para uma coisa ser grande não tem que ser necessariamente grande, pode ser pequena, mas uma pequena coisa/pessoa tão maravilhosa, que disfarce o seu tamanho.


É ao perceber isto, que o que eu idealizo fica mais pequeno, está bem que, não tão pequeno como desejaria, mas lá está, torna-se mais pequeno, e a dor deixa de se notar tão forte e significativamente como dantes. Tudo melhora, tudo fica harmonizado, tudo volta a ter a sua magia e encanto.

Mas é claro que permanece sempre, e agora faço a pergunta:

“Onde estás quando mais preciso de ti?”