sábado

Uma sede interminável e indefinivel, uma sede maior que qualquer outra sede que permanece dentro de mim, dentro da minha mente e que teima em apuderar-se do meu corpo, de o usar como uma marionete, de o manipular e o atirar contra uma parede, a fim de lhe causar uma dor tremenda e incálculavel.
Uma sede ainda maior que a inicial, a sede de desaparecer, de gritar e expor ao mundo "PORQUE?", essa sede, conseguente de outra sede transformada em dor, em angustia, insiste em permanecer comigo, cada vez mais acesa, barulhenta e acentuada, como que se estivese a expremer-me a cabeça, a tentar arranjar maneira de não haver mais maneira de a sentir e de suplicar que ela pare de crescer cada dia mais e com mais força.
Passam dias, semanas e até meses e verifico que ela não desapareceu, não desapare-se e não irá desaparecer, pelo menos até encontrar outra alegria, outra forma de sorrir tão genuina e sincera como aquela que conseguia exprimir em outros tempos.
Dou por mim a expor o que sinto com as palavras que consigo escrever e reparo que por instantes, pequenos segundos me esqueci da primeira grande sede, mas ela insiste e consegue voltar, como uma ferida, não aberta, mas nunca sarada.
O "porque?" o "onde estás quando mais preciso?" o "quando chegarás?", são perguntas constantes e presistentes.
A saudade junta-se á vontade de voltar a ser amada e amar, e esses dois sentimentos formam outra grande sede/dor, no meu ver talvez a maior que ja senti e sentirei.

11-02-2010