quinta-feira

Ontem conheci-te. Hoje és meu.
Meu isto é, foste-te tornando pelo caminho, não como um bem adquirido, mas sim como um coração unificado, que de igual modo dividido em dois.
Entre o ontem e o hoje, ganhas-te o meu coração, conquistaste-lo todos os dias de maneira a acender sempre mais a chama que curava o meu pequenino coração. Ontem não era de ninguém a não ser de mim, hoje sou de quatro pessoas, tua, tua, tua e tua. Sou de todos os lados que o teu corpo tem, sou tua do tamanho da minha alma, sou tua fisicamente e psicologicamente. Sou inteiramente tua. E por muito que torpece, o ontem mostrou ao meu hoje, que continuarei a ser sempre tua. Hoje tenho uma alma gémea, ontem chorava por ter desacreditado no amor sincero. Mas isto quer dizer, querido ontem, não aprendi nada contigo. Só desaprendi. Foste tu, meu hoje, que me deste a maior lição, a lição de amar ao próximo, isto é, amar sem desaproveitar. Aproveitar todos os dias e todas as horas, aproveitar aquilo de bom que te é dado.
Não choro mais por ti ontem, descobri que não vales a pena dentro desta viagem. Querido ontem, já lá vão 9 meses e 21 dias que não tenho pensado em ti, tenho um hoje repleto de alegria, amor e carinho. Tenho um hoje pelo qual sei que vale a pena lutar.
Querido hoje, obrigada por teres chegado e me teres abraçado debaixo de ti, obrigada meu hoje, por me teres acolhido com todo o amor que te é possível dar. Obrigada, meu hoje, por me fazeres esquecer aquele antigo querido passado, e me mostrares que é a ti que quero, todos os dias, o mesmo hoje. Agora, momentaneamente, hoje, nesta hora e neste minuto, nas horas seguintes. Amanhã, de manhã, à tarde e à noite. No futuro, para sempre. 

Meu querido e abençoado hoje. 
(Meu querido e abençoado Miguel.)