sábado

De que importa ser-se bonito, se os actos o estragam logo a seguir? De que importa cheirar bem, se acabas por afastar as pessoas na mesma? De que importa não seres tu, quando no fim tudo isso se descobre?
De que importa pintares uma parede, tentando criar uma ilusão que tu próprio não consegues decifrar, e quando finalmente chegas à conclusão do que o que ela simboliza já é tarde de mais? Percebes que não valia o esforço e que deixaste tudo para trás. Idealizavas grandes sonhos, subiste e subiste e quando reparaste, enquanto estavas lá em cima, enquanto te gabavas não tinhas ninguém do teu lado. Aprendes a voar baixo, tentar recuar mas já é tarde de mais. E só aos poucos, consegues andar. Desces, mudas do alto para o baixo e não te arrependes, tentas reconquistar as pessoas que antes perdeste, mas reparas que é tarde de mais. Aqueles que te davam a mão, já não te a dão mais. Julgaram, abusaram e criticaram mas agora, após livre de culpas e de consciência percebes que afinal, quem te julgava não tinha esse direito.
Enquanto te apontavam o dedo, estavam a preparar o mesmo ou pior, falavam de mural alta quando a faziam descer a cada segundo que passava com gestos incapacitados de valores baixíssimos.
Mas não fiques triste, um dia apercebem-se de tamanho erro. E ai és tu quem sai vitorioso, com mural suficiente para dizer que agora voas alto, mas de maneira honesta.