quinta-feira

O tempo passou e não fez o que dele eu esperava, não tardou até este me virar costas.
Deixou-me num beco sombrio sem qualquer saída, onde não passam pessoas, á mercê de doenças. Eu penso "Sê forte" e por breves instantes eu sou forte, mas é quando realmente me apercebo daquilo que faço, que deixo de acreditar em mim.
Penso e reflicto,  não foi isto que escolhi, mas foi o que achei, tantas asneiras e em troca nada ganhei.
Recomeça, levanta a cabeça, não tenhas medo de encarar o presente se não queres ter medo do futuro. Abraça-o e aproveita. Mas e se eu não o quiser? E se as minhas incertezas não o permitirem?
Sinto a cabeça cheia como uma caixa de correio a transbordar de cartas. Diversificadas cartas, dos mais diversos assuntos.
Abro a caixa e exponho as cartas ordenadamente sobre a mesa, ordeno-as por ordem de chegada, mas a confusão é tanta que elas voltam a desordenar-se.
Desisto e arrumo as cartas, fecho o correio.

Sem preocupações por favor. Em 2011 volto a abrir o correio.

terça-feira

Nunca imaginei que um ser humano conseguisse ser tão preciso como tu foste, escolhes-te um alvo e bem para o seu meio atiras-te uma seta que sabias nunca vir a ser devolvida. Sabias que o farias com precisão, sem o mínimo erro.
Hoje, mesmo tendo o capitulo por encerrado, a seta continua aqui, deste meu lado. Encravada como um barco em alto mar sem ter nenhuma saída nem coordenada, qualquer destino, apenas um horizonte. Olho em frente, sem nunca desistir, mas não há qualquer saída. Tu não tens qualquer saída. Parabéns, completas-te o teu objectivo, abandonas-te e permaneces-te ao mesmo tempo. És um passado transformado em presente. És um mal transformado em bem. Memórias transformadas em lições.
Hoje, não choro a tua ausência como em tempos chorei, hoje já não tens a importância que em tempos tiveste, mas a seta continua cá. Tu continuas cá.
E assim vais continuar, é a tamanha a importância que tiveste que te faz permanecer, é o sopro da pequena brisa que não chegou para te levar para longe de mim.
Como uma lição, e não como um sofrimento. Como um abre olho e não como um tapa olho.

Hoje, eu vingo a tua ausência, hoje eu grito que sou mais forte, hoje eu não tenho pudor de dizer: Obrigada pela tua ausência. 1703

17/Junho/2010 - Quinta-feira

Eu até poderia ser a pessoa mais feliz do mundo, poderia não ter preocupações nem problemas, poderia nao conseguir amar, poderia simplesmente ser uma pessoa neutra sem sentimentos. Aí, tudo seria bem mais fácil, não choraria cada vez que penso em como era, não me refugiaria para ninguém me ver nestes momentos, não sentiria sequer necessidade de escrever.
Mas se assim fosse, o que representaria a vida? O que representaria viver? Nada digo eu.  A cada segundo que passa temos um novo obstáculo para enfrentar, uma nova barreira para superar, e cada uma das masélas das nossas quedas ao longo de todo o tempo serve como uma lição, é uma lição para o futuro, é com elas que devemos aprender e não com as situações em que saimos bem sucedidos.
Tu, foste mais uma lição, foste um capitulo, embora ainda não totalmente encerrado, já quase o é, não sinto que tenha sido um erro confiar em ti e entregar os meus sentimentos a ti como o fiz, sinto que até foi muito bom, porque quem não sabe amar não sabe viver.
Amei-te, talvez já não te ame, apesar de continuares a ser especial de uma maneira indefinível, uma pessoa especial nunca deixa de o ser, e arrisco em dizer que ocupas-te um lugar que nunca outro tinha ocupado da maneira que o fizeste. Mas como apareces-te depressa, também desapareces-te depressa, é passado, e este capitulo irá ser encerrado.