terça-feira

O tudo como nada



Eu própria costumo caracterizar vários tipos de assuntos como "o tudo é nada", mas com o tempo aprendi que estava redondamente errada.
O tudo, pode de facto ser nada mas por vezes, o tudo revela-se ser mesmo tudo. O tudo, é aquilo que mais queres, aquele tudo que tu tentas alcançar a todo o custo, o qual te faz abdicar de tudo para ter esse mesmo tudo.
Uma pessoa. Um tudo.
E de repente, tudo se reúne em torno dessa pessoa, todas as tuas atenções, todas as tuas preocupações e mesmo obsessões. Questionas tudo e todos, mesmo a pessoa que se tornou no tudo.
Por vezes, a vida é matreira ao ponto de te fazer assegurar que tens tudo do teu lado, sem nunca te faltar, e como que uma rasteira inesperada trazida por um vento vindo do norte faz com que o tudo, se transforme em nada. Deixa-te com memórias não paupáveis, pouco claras com o passar do tempo mas que ainda assim, facilmente as consegues distinguir.
O tudo é tudo, quando tu mesmo fazes por isso. Quando cuidas para o manter, quando o imaginas ao teu lado num futuro, próximo ou distante, imaginas algo mais. Imaginas um futuro apenas para dois tudos (pena que poucos sejam aqueles que não percebem a tempo, ou fingem não perceber enganando pessoas que os tornaram num tudo - e mais importante, sem saber que na vida delas, apenas irão encontrar dois tudos, o primeiro e a segunda chance. Nesta brincadeira que a vida nos impõe, não tens mais do que duas oportunidades)
Esse tudo, eu já o agarrei.
Não cresço na esperança de ficar impune ao que o futuro me deseja, eu própria o escrevo e guardo a pessoa de quem mais amo. 0203