sexta-feira

A razão que esperas, é a razão que eu fujo. A razão que tu anseias é a razão que eu deito fora, não a quero á minha frente, nunca.
É quando as coisas parecem tomar o rumo certo e tudo corre bem que acontece sempre alguma coisa que tende a derrubar a esperança, sempre. Mil e uma questões assombram a minha cabeça, como já muitas vezes o tinham feito, mas desta vez, de maneira diferente, de maneira única. Todas as questões parecem andar aos trambolhões e encontrões, ansiando por um lugar na frente da fila, para serem as primeiras a serem respondidas. Mas isso só gera mais confusão, não sei escolher em qual delas pegar, mas é quando pego numa que me apercebo que sou incapaz de me responder a mim mesmo, é uma pergunta sem resposta, passo á pergunta que se segue atrás na fila, mas sucedesse o mesmo.
Quando dou por mim já passaram milhares de perguntas sem respostas, e estou cansada de me esforçar. Guardo-as num quadradinho da minha cabeça bem arrumadinhas sem saírem do lugar e pego noutra ponta solta, com tantas coisas que já passei, com tantos problemas que tenho, que tive e que sei que continuarei a ter, deverei ligar a isto? Não, tenho mais força, sou forte. Estou a frente dos meus pensamentos e sou mais forte que eles. Se eu quiser e acreditar, sou mais forte do que tudo. Toda a gente o é, basta acreditar.

Acaba-se mais um dia, encerrasse mais um capitulo, mas este com animo, com força, porque nada do que eu fiz até hoje me arrependo, nada foi em vão. O meu passado é o meu melhor presente, porque é ele que me ensina. E sabes que mais? Fechei o livro, e abri um novo.

terça-feira

Paro para pensar e dou conta de onde estou, do meu mundo, dou conta de mim sentada de pernas cruzadas a olhar para dentro da minha cabeça, a ler os meus próprios pensamentos. Porque é que é tão odiável ler os meus próprios pensamentos? De certo que eles me ajudam em certo ponto, mas neste momento sinceramente, não consigo ver em que é que eles me podem ser úteis.
Sei que agora se torna difícil de pensar, estou de cabeça quente, mas o que posso eu fazer se a única coisa que me apetece é falar, gritar, é discutir com quem nem sequer isso merece? O que é que posso fazer? Chorar e dar o prazer mais uma vez a pessoas cuja mentalidade isso não merece?
Porque é que fizeste o que fizeste? Porque é que fazes o que fazes? Em tempos daria o mundo por ti, de certo que daria, tornavas-te daquelas pessoas essenciais, que estariam sempre comigo, bem do meu lado. Mas depressa o rumo das coisas mudou, e felizmente eu consegui entender isso.
Espantoso como ainda há pessoas a caírem na tua mentira, a deixarem-se enrolar na teia que tu própria fabricas sem parar para pensar um bocadinho.
Gostaria tanto de apagar estas lembranças, mas depressa volto atrás no que disse, sem elas tu continuarias a ser para mim uma verdade falsa, porque sim, a verdade que eu vivia não era de facto uma verdade.

E agora o que me resta fazer? Vou guardar as lembranças durante uns minutos, encaixa-las dentro de uma caixinha, bem organizadinha, mais tarde volto a pegar nelas.

domingo

Olha á tua volta, respira, para um pouco e pensa. Reflecte nos teus actos, reflecte e vê o que passou, os erros que fizeste, os problemas que originaste, as pessoas que desiludiste, a esperança que apagaste e as vezes que me mentiste.
Depois de uma reflexão pensa em como melhorar, em como superar, mas não penses em como me apagar estas memórias, tristes e frias, não penses que as esqueça assim, porque o passado é presente, e tu foste um passado que me trouxe no presente uma grande lição. Obrigada por este presente, afinal de tudo estiveste cá, tenho incertezas quando o falo, mas afirmo, estiveste cá.
Embora a minha voz trema, a minha cabeça não pare e escrever seja a única coisa que me apetece fazer, eu sei controlar-me, um "bem" essencial a qualquer ser humano.
Segue a tua vida, eu já segui com a minha, mas por favor, não me fales, é tarde, fui-me deitar.