sábado

Com determinação

 Quando a inspiração te falta e a única coisa que te apetece fazer mesmo assim é escrever? Quando as palavras fogem de ti, e parecem escassas como água no mundo? E se fugirem? Correrem, saltarem e mesmo rebolarem à tua frente e tu, ali, sem nada para fazer nem nada com que as deter? O que farias?
Fechas os olhos e imaginas, na única coisa que te faz mais feliz no mundo, na única pessoa que te faz mais feliz no mundo ou então, num sorriso, no sorriso mais bonito do mundo. Aí, as palavras aparecem tão depressa como se de um tacho com água a ferver transbordassem, voltam a correr mas desta vez saltam para o teu colo, fogem do vento que antes as levou. Estão de volta a casa.
Tu sorris e recebes as palavras com uma ternura enorme, mas mesmo assim a elas parece faltar ainda uma peça fundamental, uma linha. Com isto, continua a ser impossível para ti escrever e cada vez mais te apertas a ti mesmo, fazes sumo do teu cérebro, fumo das tuas ideias e pipocas dos teus nervos. Mas de que resolve?
É então que decides efectuar uma busca, uma vasta e longa busca. E por fim, passado horas a fio à procura de linhas infamas e perfeitas tu encontras. Cortaste erva, árvores e arbustos, por mil e uma ruas passaste mas conseguiste, chegas-te à porta certa.
Mas e agora, onde foram os pontinhos dos i's? De novo, lanças-te numa pesquisa.
Como um livro se escreve, a vida prossegue o seu rumo. Da mesma maneira que queres e não tens, as palavras saem de igual maneira, mas se tentares e investires com muita, muita força elas acabam sempre por sair, os teus actos acabam sempre por ser vitoriosos. Dá luta, perde, caí e levanta-te, desiste, volta a recomeçar e por fim, ganha. Aí, o sabor da victoria vai saber-te muito melhor.
Mas consciente, que nem sempre podes ganhar. Vive sempre feliz, porque embora possas não ter ganho tens a certeza de um pormenor: mais vale feliz por teres perdido mas tentado, do que feliz por teres perdido por não teres tentado.

(vou ficar 8 dias sem cá vir, quando vier reponho com muitos textos. With love ♥)

Hoje é tarde, já me fui deitar

(este texto já tem imenso tempo, está aqui no meu blog mas já de à algum tempo atrás, volto a publicar porque penso que ninguém viu, with love.)

Se alguma vez um estranho se aproximar e te perguntar se já alguém gostou verdadeiramente de ti podes levantar a cabeça e responder, sem qualquer tipo de dúvida ou receio, que sim.
Que já gostaram mesmo de ti.
Que já gostei mesmo de ti.

Gostei, de ti. Aproveita e diz também que não foste capaz de me segurar.
Que permitiste que o tempo me levasse sem sequer teres tido coragem de puxar da tua espada para tentar defender a tua honra, a nossa honra.
Deixaste que os ponteiros do relógio varressem o nosso espaço, consumissem o nosso ar.
Não lutaste. Diz-lhe que, provavelmente, deitaste fora uma oportunidade de seres feliz, não para sempre, porque a eternidade é um conceito inexistente no dicionário da minha, da nossa realidade, mas momentaneamente, agora, hoje.
Podes contar a história de como as tuas incertezas e as tuas meias verdades conseguiram esmigalhar em mil pedaços a última réstia de amor que eu sentia por ti. Explica-lhe, com os detalhes que me deves, a forma como arrancaste os meus sonhos de mim.
Como me fizeste desacreditar em todos os XY que fui encontrando nas estradas do meu caminho. Mostra-lhe como já me fizeste desejar nunca te ter conhecido. Como me roubaste o coração para o usares como abrigo das tuas idas e vindas.
Como o gastaste, secaste. E sim, não te esqueças de mencionar as tuas idas e vindas.
Conta-lhe como me tomaste como garantida. Não prestaste atenção enquanto fui dando passos em frente, pequeninos, mas tantos que se tornaram enormes.
Foste tu quem deixou que assim fosse.
Também não notaste enquanto fui olhando para os lados para não ser atropelada novamente pelos teus homónimos, homógrafos, homófonos.
Por todos aqueles que tal como tu não sabem saborear a certeza do momento. Não reparaste enquanto fui fechando as portas, as janelas, os postigos e todos os buraquinhos que te permitiam voltar sempre que querias.
Não viste, ou não quiseste ver.
Não lutaste, ou não quiseste lutar.
Não te impuseste, não te esforçaste, não (me) quiseste.
Vá, conta-lhe e quanto acabares vem-me dizer como correu, mas hoje não. É tarde, já me fui deitar.

quinta-feira

I'm not moving

És livre, mas nunca te esqueças que haverá sempre alguém pelo mundo fora que transporta o teu coração. Uma mãe, uma avó, ou um amor. Há sempre alguém que se preocupa mais do que o que tu pensas, mais do que o que tu sentes e até mais do que o que tu mesmo te preocupas.
Há sempre alguém que passa os dias a rezar e a zelar por ti, há sempre alguém que cuida de ti enquanto estás a passar no meio de uma tempestade em alto mar e pensas estar sozinho, quando as ondas nada homogéneas se metem à tua frente, te engolem e logo de seguida te cospem. Não querendo saber de ti, nem da tua vida, pouco se importam de como sais daquela situação mas e as outras pessoas, aquelas que lá estão? Essas fazem de tudo.
Procuram cordas, alavancas ou mesmo madeira, alguma coisa onde te possas segurar e sentir que estás protegido já é um começo, elas preocupam-se mais contigo do que com elas.
O que significará, arriscar a vida por alguém?
Muitas das vezes, podem nem te consegui salvar, e podes demorar uns longos anos até saíres de diversas alhadas acumuladas a que foste submetido. Mas por fim, sabe reconhecer quem por ti fez tudo.
E quem não o fez? Quem te empurrou para o labirinto do qual não conseguias sair? Ignora e não tentes sequer procurar. Porque por vezes, são mais espertos do que pensamos.
Não tentes vingar, é tempo desperdiçado. Tenta antes acarinhar quem a ti te tentou acarinhar, dá valor e tempo a quem realmente o merece.
Se tentarem romper ou magoar o teu coração antecipa-te e responde com a maior força "já está magoado", já basta aprenderes com os teus erros e com eles sofreres, já basta tentarem-te tirar de um buraco no qual estás preso. Ás vezes, não tens mais nenhuma escolha sem ser seguir em frente.
Agora que estás a salvo, vivo e os teus fantasmas voaram, não mates nenhum coração, faz-lo mais forte, e segue.

quarta-feira

A toda a hora

Se eu disser que te amo para além da aparência, acreditas? Se disser que te amo, e que dava o mundo por ti, acreditas? Se disser que és tudo, e que apenas te vejo a ti, como reagirias?
O amor é bonito sim, mas quando em certas circunstancias. É lindo mesmo quando te faz chorar, porque é ao chorares que te apercebes o que é realmente o verdadeiro amor, aquele que te faz dar tudo, mesmo quando não tens nada. Aquele que te faz viver intensamente, como se amanhã todo o ar que respiras acabasse. É ainda aquele que te faz suspirar e moer por dentro, de angustia, revolta, vergonha ou mesmo de insegurança. Ciumes, miudinhos e em quantidade certa são o melhor antídoto do amor, quem não gosta de os ouvir? Dão-te certezas e orgulho, fazem-te acreditar na outra pessoa ou melhor dizendo, no sentimento da outra pessoa. E que atire a primeira pedra o verdadeiro amante que nunca os teve, os bem ditos ciumes.
Mas quem sou eu, com dezasseis anos para afirmar isto ou aquilo, provavelmente a maior parte que lerá isto não irá sentir o verdadeiro prazer de o ler, o verdadeiro bichinho que lhes indica que é verdade, e que sabem o que é.
Tu com dezasseis anos, sabes o que é isto, ou pelo menos, sabias com essa idade? É raro o verdadeiro amante que eu, encontro na rua. É raro o verdadeiro amante, que hoje em dia dá tudo pela sua cara-metade. É raro o verdadeiro amante que afirma perante o mundo inteiro que ama o companheiro, que o mostra não com o intuito de se gabar mas sim como um motivo de orgulho, aquele que escreve cartas ou mesmo aquele que beija, simples mas apaixonadamente. São raros, mas ainda os há.
Cada vez menos tu sentes ao olhar para o lado e na paragem veres um casal, já não encontras bonitos com feios, ou ricos com pobres, porquê? Julgam pela aparência e pelo seu estatuto, metem de lado o verdadeiro amor, e apenas se gabam, sorriem por sorrir, oferecem por oferecer. E se ainda os vires, felicita-os. Sorri com eles, sente orgulho e felicidade por eles porque são raros, mas são uma prova de que o amor ainda existe.
Agarra o teu sem hesitares, não digas que não ao amor, ou mesmo a uma pomba que passe a voar. Identifica todos os sinais, chora quando for preciso mas acima de tudo, ama a toda a hora.