sexta-feira

Todos temos medo do nada, de não ser nada, de não importar e de não ser ninguém. Muito poucos pensam nisso (mas a verdade é que já pensaram), mas é considerada uma igual porção daqueles que todos os dias pensam nisso, todos os dias se questionam e se sujeitam a uma auto-violência provocada pelos seus próprios sentimentos.
Não te esqueças que não te podes comparar a um "nada". Porque na verdade, nada seria igual se tu não existisses. As pessoas que conheceste até hoje, com as quais falaste, tiveste uma relação de amizade, de afecto, de qualquer coisa que seja, essas pessoas não seriam as mesmas sem te ter conhecido. Tens um propósito em estar vivo que significa isso mesmo, estar vivo. Estás cá para ser feliz, e para fazer as outras pessoas felizes. Estás cá para ir a baixo e para fazeres as outras pessoas irem a baixo, tudo tem um propósito e uma razão, tudo te um significado ao qual na maioria das vezes desconhecemos o porquê. Não te tranques no teu canto, ninguém é dono da razão e muito menos do enigmático porquê, agimos sem pensar duas vezes ao julgar ser isso o melhor a fazer.
Fizeste a diferença, e vais continuar a fazer. Marcaste vidas assim tal e qual como outras pessoas marcaram também a tua, é um ciclo incontrolável, e não te esqueças: não culpes ninguém. Porque o ser-humano, mesmo com a melhor das intenções, acaba sempre por magoar alguém. Só tens que aceitar esse facto e aprender a lidar com ele, vais ver que é como aprender a fazer malabarismo: uma vez que o aprendes, nunca mais o esqueces.
Ergue a tua cabeça e esquece o "nada" em que outrora pensaste, não te sujeites a lutar contra uma maré que tu mesmo causaste, só te vais magoar. Espera que a tempestade passe, podes comer pipocas enquanto isso acontece (algumas vão saber a queimado, é certo), mas não evites o inevitável. Ele pode surpreender-te.
Abre um sorriso e rasga o céu quando a tempestade passar, nessa altura vais perceber que valeram a pena as pipocas queimadas que comeste enquanto esperavas que o tormento passasse.