quinta-feira

Com o céu azul e o sol mais brilhante do que nunca, um tempo de primavera e encantador, uma pomba poisa sobre uma janela. Por ela consegue entrar, descobre o quarto de uma menina, todo pintado de cor-de-rosa, cheio de sonhos e fotografias, manias e um cheiro doce e delicado.
Egoísta e sem perceber o que fazia, o pombo rouba um objecto que aos seus olhos lhe parecia insignificante, dirige-se á janela e foge para longe, sem deixar rasto. Quando a menina chega e dá de contas com o assalto, desata a chorar, parece então que lhe tinham tirado uma parte de si, lhe tinham levado um bocado do seu corpo e da sua mente, do seu físico e do seu psicológico.
Triste ela segue, não há outra opção. Vai vivendo dia-a-dia, agarrando-se ao que de bom tem, mas sempre na incerteza e na dor de não ter o que lhe falta.

Olha de novo á janela, 
e pergunta para o espaço em seu redor "Será que voltas, felicidade?"

terça-feira

0203

Posso não conseguir prever o futuro ou mesmo dar-te o mundo todo, posso não conseguir fazer uma infinidade de coisas. Mas uma coisa eu tenho a certeza que consigo fazer, amar-te.
Da mesma maneira que alguém enrola um novilho de lã, grande, da mesma maneira que ele vai crescendo e tornando-se cada vez mais significativo, não só aos olhos das outras pessoas mas sobretudo aos seus olhos. Á mesma medida que uma árvore é semeada, extremamente cuidada e cresce, até dar frutos. Ou mesmo até á medida que uma criança se desenvolve, o que sinto por ti assim também cresce.
E agora? Não te quero largar, se deres um passo em frente eu irei dar dois, parar-te e abraçar-te. Porque sem duvida, não há melhor coisa neste momento para mim do que sentir os teus braços em volta de mim.


Amo(sem tracinho)te, porque como dizes, 
não é um mero traço que nos vai separar.

quarta-feira

A confiança não nasce connosco, ela vai crescendo connosco. Não confias
á primeira, vais aprendendo a confiar. E embora que por muitos obstáculos cada um de nós tenha passado, mesmo não devendo ser postos de parte, devem ser corrigíveis. De modo a que aprendamos com eles em vez de viver o medo de viver, mais vale sofrer por tentar do que sofrer por não tentar. Se ontem eu sofri e hoje eu tenho medo, amanhã eu não irei sofrer e não irei ter medo, gosto de pensar assim.
Caís mas voltas a levantar-te, tentas recompor-te e consegues, mal mas consegues e aos poucos dás conta de ti em pé e equilibrado, dás conta que sim, que venceste.
E é isso que eu quero que aconteça, não como um já, mas sim como um daqui a uns tempos.

0203

segunda-feira

verdade

Sem saber o que fazer a jovem sofre com a situação. É engolida por entre um assunto o qual não a devia engolir. Como que puxada á força, ela sofre, sente que lhe arrancam os pedaços aos poucos até não restar nada. Ela tem força, mas esta facilmente é derrubada, fica então sem saber, por um lado a verdade chama por si, e diz que a outra pessoa tem que saber a verdade. Mas por outro lado, alguém que admira, quem mais admira pode ficar "em apuros".
Não querendo desapontar ambos, mas querendo a verdade, apenas a verdade.
Refugia-se no seu silêncio enquanto escreve e soluça, e pergunta o porque de passar por esta situação, pergunta se já não chegaria tudo até ali, e se teria que vir mais este obstáculo á sua felicidade. Tem agora um lenço a seu lado disposto a lhe limpar as lágrimas, mas mais nada pode fazer. Nada a acalma, nem a mais doce melodia.

A verdade, e apenas a verdade. Mas como a confrontar?
Eu, tenho medo da verdade.

sexta-feira

cautela

Todos temos um livro no qual nos enquadramos, do qual fazemos parte. Viras uma página e pensas dar por encerrado o livro. Mentira, enganas-te.
É quando viras a página que inicias outro capitulo, mais difícil, ou mais fácil. Novas cores, novas pessoas e novas expectativas surgem, mas desmotivação vem com ela. Pensas que já erras-te em muito e que cada um tem a paga do que faz (ou então não), mas se assim o é, porque tanta coisa sobre os teus ombros? Se ao fim ao cabo não fizeste metade para merecer o que tens agora?
Andas, mas algo parece impedir-te, por um lado um peso enorme que carregas em cima de ti, sentes os ombros pesados e os olhos a fechar, com falta de força pestanejas e tentas continuar. E por outro, mais um obstáculo se coloca á tua frente, uma árvore do tamanha de duas, grande e escura que te bloqueia o caminho. Afliges-te e sem saída não sabes o que pensar.
Mas há algo que te faz voltar, a expectativa do que se seguirá e a vontade que o futuro te trás. Ganhas forças e deixas os "fardos" que te pesavam para trás, sobes a árvore quase impossível de subir, um pé de cada vez, mas sim, chegas ao ao topo. Ouves vozes, ouves risos, animação, cores vivas e melodias que te acalmam. Desces a correr, ainda tropeças e vês que nada se torna fácil de um momento para o outro. E é após caíres de novo no chão que te levantas, com animo mas mais cauteloso.

E desta vez sim, tu vais á luta, sê feliz.