terça-feira

Cuidado com os monstros

Não estás sozinho, podes segurar a minha mão. Não prometo, mas posso afirmar com toda e mais alguma certeza de que farei de tudo para não a soltar.
Não saltes, pensa nas pessoas que tens à tua volta, na falta e saudade que lhes vais causar, pensa nos teus pais, amigos e família, aqueles que tudo fazem por ti.
Não desistas, luta por ti mesmo, luta contra os monstros que à noite podem aparecer com o intuito de te estragar qualquer sonho. Não deixes que estes mesmos tomem conta de ti, faz-te forte, ergue a cabeça e grita um "não".
Sonha o mais que poderes, mas atenção ao ponto importante: tens que acreditar, nada acontece se não acreditares no que sonhas. Portanto, acredita arduamente naquilo que tu desejas, um dia o que realmente queres será-te atribuído. Até lá sê prudente, joga apenas com as cartas do baralho que tens na mão (não sejas egoísta , ou com o puzzle incompleto. Aos poucos consegues junta-lo e formar uma bonita imagem, mas mais uma vez, tem cuidado com os monstros.
Mas atenção, nem todos os monstros são feios, alguns são bem bonitos até. Exibem uma mascara perfeita, como um pavão quando conquista a sua fêmea, cuidado com a maquilhagem ou mesmo com as palavras que este usa. Desconfiar, tem que fazer parte do teu dicionário.
Aprende com o tempo e com as atitudes que vais decifrando, tenta captar o maior número de características que conseguires, só assim irás conseguir distinguir esses monstros.
Depois de os distinguires  faz uma selecção. Sê subtil, joga conforme o vento te manda, se é para a direita então segue numa diagonal para a direita (a subir, claro), se for para a esquerda faz o mesmo, mas em sentido contrário porque uma coisa tens que reter: tudo depende de ti.
E quando precisares de ajuda, eu vou estar aqui. Pronta a se necessário, abdicar de uma carta do meu baralho para te dar, temos que ser fortes e unidos, sem medo de cair para ajudar o próximo.
Só assim nos conseguimos livrar dos monstros.

sábado

Escolhas.
Já ponderaste o número de vezes em que foste obrigado a tomar um partido? E até mesmo as vezes em que, inconsciente, tomaste escolhas? É disso que se trata. Vives em função de escolhas que te condicionam a outras escolhas e estas mesmas te conduzem a mais escolhas. Escolhes o errado, mas tens sempre a alternativa de virar o jogo escolhendo logo a seguir a opção certa. O pior, é veres que tomas sempre o partido errado, escolhes o errado e voltas a escolher o errado, que embora na altura te pareça o correcto a fazer, mais tarde demonstra realmente a sua verdadeira identidade.
Como um jogo no qual podes apresentar duas cartas, dois opostos como um três inocente e um Ás triunfante. Com dois lados, dois objectivos, duas jogadas mas apenas uma tentativa.
Não queiras voltar atrás no tempo para melhorar e alternar as tuas escolhas, aprende com as que fizeste e melhora as futuras. Se existe alguma coisa hoje em dia que fez de ti o que és, foram essas mesmas escolhas.

quarta-feira

De que vale conseguir sem ter o gosto de ter tentado?

É a incerteza que comanda a vida na medida em que te moves  conforme os teus medos. Incertezas todos as temos, o complicado é sabermos controlar as condições que estas mesmas nos impõem.
Alguma vez pensaste em saltar barreiras? Unir forças e superar-te a ti mesmo? Um dia vais ter que o aprender a fazer sozinho, sem mais ninguém que te ajude porque é disso que se trata. Antes de alguém te conseguir ajudar tu vais ter que querer essa ajuda e para isso, é necessário que te ajudes primeiro a ti mesmo.
Não sintas pena por saberes que estás prestes a bater no fundo, esboça um sorriso do tamanho das nuvens e sente orgulho em ti, tiveste a força de erguer a cabeça e perceber o que se passava a teu redor como a maioria não tem! E hoje? Hoje és forte, e há até quem diga que és grande. Hoje és esta pessoa, devido às "calejadas" que foste obrigado a superar, hoje és grande porque continuas a esboçar um sorriso por cada tristeza que se atravessa à tua frente.
Sorris com propósito, sorris para a vida e para tudo o que te espera, sorris por um mundo e um futuro melhor, sorris porque te faz bem e porque faz bem aqueles que te rodeiam, sorris até para esconder feridas.
Sorris por tudo, mas sorris principalmente porque é importante, ajuda-te a ver com mais cores aquilo que está bem diante dos teus olhos, e a pintar o passado por vezes preto, com cores vivas e bem garridas.
É normal voltares a ponderar ser fraco, ou melhor: menos forte. Mas fraco não o és, todos nós apanhamos sustos por vezes, o que nos distingue é conseguirmos entender que é uma das leis fundamentais da vida. Cair não é uma lei, mas tropeçar é. Eu já tropecei enumeras vezes, não me arrependo, não cheguei a tocar o chão, não me cheguei a trancar dentro de um quarto imaginário com quatro paredes brancas, sem portas, sem janelas, sem nada para fazer, apenas eu, o quarto e a roupa que levava vestida. Nunca me cheguei a afundar em alto mar no meio de uma tempestade terrível, estive perto, confesso.
E se eu consegui supera-lo, tu também consegues. Todos conseguimos (eu consigo, tu consegues, ele consegue, nós conseguimos, vós consigais - esta conjugação existe por alguma razão, como todas as outras. Mas se esta existe é porque assim mesmo o é: todos nós o conseguimos).
Portanto está na hora: esboça um sorriso bem visível, abre os olhos e faz o que te apetece. Aprende a viver para ti e para aquilo que realmente queres, pensa: de que vale conseguir sem ter o gosto de ter tentado?

quinta-feira

O difícil é sempre fácil

É fácil perderes-te em ti mesmo, mas mais fácil ainda é seres apanhado no meio de uma grande confusão em que tu próprio te estavas a tentar perder. Fácil? É julgar, quando somos nós mesmos (seres-humanos) a dizer que devemos ser apenas nós mesmos. Porque quando no fim o somos, a única coisa que conseguimos ter de volta são julgamentos e dedos apontados para nós, mesmo à nossa frente.
E aí? Aí o problema continua a ser nosso, continuamos a ligar ao que as outras pessoas alheias nos transmitem, e mesmo sabendo que não gostamos de ser alvo de certas acusações, nós mesmos acusamos e julgamos outras mesmas pessoas para as quais em tempos sorrimos, levanta-mos a cabeça e dissemos "sê apenas quem tu realmente és". Triste é ver o quão egoístas conseguimos ser.
Triste é ver uma senhora idosa cair no meio da estrada e o primeiro pensamento que nos vem a cabeça ser "ahahahahahahah" em vez de ir a correr sem pensar em mais nada, e ajudar a pobre senhora. Quem sabe um dia, não sejas tu a cair no meio da rua e a sentires a sensação de estares a ser julgado por uma coisa a qual não controlas, o tempo.
Triste é ver que a maioria das pessoas provavelmente também pensa assim, ou talvez ao ler este texto irá pensar que tenho razão mas no fundo, não fará nada para o mudar, nem sequer irá tentar. Porque? Já corre nas nossas veias. Foi assim que fomos educados ao longo de muitas gerações, habituados a ser egoístas e cruéis para nosso próprio bem e auto-defesa. Talvez não o fosse necessário, se um dia ninguém o tivesse começado a ser.
Fácil, volto a relembrar, é perderes-te em ti mesmo. É seres engolido nos teus próprios pensamentos mais refundidos e íntimos. Fácil, meus companheiros, é cairmos com eles mesmos, sem nos apercebermos.
A vida não é complicada, somos nós que a tornamos difícil. Como diz a lei de Newton: para toda a acção, há uma reacção. És tu o único que o podes controlar, segundo a tua vontade. Do que estou a falar se nem vontade própria a maioria de nós tem? Vivemos segundo uma sociedade imposta de regras medíocres que nos são incumbidas desde bem pequeninos.
Para um pouco e reflecte, não será que está no hora de começarmos a viver as nossas próprias vidas, segundo os nossos próprios desejos e vontades? Ou será preferível continuar a julgar segundo pensamentos e ideais errados, só porque é assim que as coisas se desenvolvem?

quarta-feira

E tu, continuas a banalizar?


Se eu faço sentido? A resposta é claramente um grande não. Nenhum de nós faz sentido. Nenhum de nós parece fazer sentido, ainda para mais num mundo em que nem ele mesmo faz sentido.
Estamos todos virados de pernas para o ar, com a cabeça por outros lugares diferentes do nosso coração, os quais deveriam estar conectados. Somos jovens adolescentes, a gritar e a discutir com os nossos pais. Jovens adolescentes com as suas crises amorosas e o seu fervor pelo futuro. Somos jovens, de certo.
E fazemos tudo aquilo que os jovens sempre foram acostumados a fazer. Mas estará a nossa geração a ir por um bom costume?
Perdes aqueles os quais amas apenas em sentido de "deixei de ser amiga daquele, e daquela, e daquele", pareces importar-te com isso de uma maneira que faz as outras pessoas pensar que o teu mundo acabou, levas os teus pais ao desespero por te trancares durante dias no quarto ou na casa de banho a chorar, sem eles conseguirem perceber o que se passa e como ajudar.
Está na hora de abrir os olhos.
E de repente, tudo muda. Começas a perceber o verdadeiro significado de "perda", bem como ele deve ser. Não perdes apenas em espírito, perdes também fisicamente. Já sentiste que te tiraram uma das pessoas que mais amavas? Uma mãe? Uma avó? Um pai? Ou mesmo um tio ao qual és muito chegado? De certo que muitos se identificam com o que escrevo, mas aposto que mesmo após passarem por isso, continuam a chorar por quem não devem. Dêem valor a quem ainda têm, um dia, o tempo irá levar-vos as pessoas que vocês mais amam, as únicas que algum dia se preocuparam convosco sem pedir ou desejar nada em troca. As únicas que realmente tomaram conta de vocês, aquelas que vos agarraram durante a noite enquanto choravam por ter acordado de um pesadelo. Aquelas que vos contavam historias para adormecer, aquelas mesmas que trabalharam doze horas por dia fora de casa, outras cinco em casa e finalmente dormiram apenas cinco horas, porque as outras duas foram para se levantarem, vestirem e irem trabalhar. Isto tudo porque? Porque precisavam de por comida nos pratos daqueles que realmente amam.
Hoje em dia, amar não é a mesma coisa. Procuram alguém que os complete apenas num aspecto, quando por fim se vêm obrigados a procurar outras pessoas, porque lhes faltam alguns aspectos. Porque não esperar apenas que chegue a pessoa certa? Porque não, cuidar enquanto isso daqueles que realmente lá estão e tens a garantia de que sempre estarão?
Banalizar é então um verbo muito usado por esta sociedade, embora que sim, muitas vezes seja utilizado sem a devida percepção. Banalizas um beijo que a tua mãe te dá, sem saber que esse mesmo pode vir a ser o ultimo. Banalizas o simples facto do teu cão querer subir para a tua cama, sem saberes se amanha acordarás com ele morto na cama dele. Banalizas tudo e mais alguma coisa.
Eu já banalizei, e continuo a banalizar sim. Mas agora com mais percepção, agora com mais atenção e vigor. Porquê? A vida já me tirou algumas pessoas as quais se preocupavam realmente comigo, e após chorar por aquelas que percebi não valia a pena, apercebi-me: sou uma jovem igual as outras, mas posso tentar ser a diferença.
E tu, já disseste a alguém que o amas hoje? Ou continuas a banaliza-lo/la?