quinta-feira

O difícil é sempre fácil

É fácil perderes-te em ti mesmo, mas mais fácil ainda é seres apanhado no meio de uma grande confusão em que tu próprio te estavas a tentar perder. Fácil? É julgar, quando somos nós mesmos (seres-humanos) a dizer que devemos ser apenas nós mesmos. Porque quando no fim o somos, a única coisa que conseguimos ter de volta são julgamentos e dedos apontados para nós, mesmo à nossa frente.
E aí? Aí o problema continua a ser nosso, continuamos a ligar ao que as outras pessoas alheias nos transmitem, e mesmo sabendo que não gostamos de ser alvo de certas acusações, nós mesmos acusamos e julgamos outras mesmas pessoas para as quais em tempos sorrimos, levanta-mos a cabeça e dissemos "sê apenas quem tu realmente és". Triste é ver o quão egoístas conseguimos ser.
Triste é ver uma senhora idosa cair no meio da estrada e o primeiro pensamento que nos vem a cabeça ser "ahahahahahahah" em vez de ir a correr sem pensar em mais nada, e ajudar a pobre senhora. Quem sabe um dia, não sejas tu a cair no meio da rua e a sentires a sensação de estares a ser julgado por uma coisa a qual não controlas, o tempo.
Triste é ver que a maioria das pessoas provavelmente também pensa assim, ou talvez ao ler este texto irá pensar que tenho razão mas no fundo, não fará nada para o mudar, nem sequer irá tentar. Porque? Já corre nas nossas veias. Foi assim que fomos educados ao longo de muitas gerações, habituados a ser egoístas e cruéis para nosso próprio bem e auto-defesa. Talvez não o fosse necessário, se um dia ninguém o tivesse começado a ser.
Fácil, volto a relembrar, é perderes-te em ti mesmo. É seres engolido nos teus próprios pensamentos mais refundidos e íntimos. Fácil, meus companheiros, é cairmos com eles mesmos, sem nos apercebermos.
A vida não é complicada, somos nós que a tornamos difícil. Como diz a lei de Newton: para toda a acção, há uma reacção. És tu o único que o podes controlar, segundo a tua vontade. Do que estou a falar se nem vontade própria a maioria de nós tem? Vivemos segundo uma sociedade imposta de regras medíocres que nos são incumbidas desde bem pequeninos.
Para um pouco e reflecte, não será que está no hora de começarmos a viver as nossas próprias vidas, segundo os nossos próprios desejos e vontades? Ou será preferível continuar a julgar segundo pensamentos e ideais errados, só porque é assim que as coisas se desenvolvem?

quarta-feira

E tu, continuas a banalizar?


Se eu faço sentido? A resposta é claramente um grande não. Nenhum de nós faz sentido. Nenhum de nós parece fazer sentido, ainda para mais num mundo em que nem ele mesmo faz sentido.
Estamos todos virados de pernas para o ar, com a cabeça por outros lugares diferentes do nosso coração, os quais deveriam estar conectados. Somos jovens adolescentes, a gritar e a discutir com os nossos pais. Jovens adolescentes com as suas crises amorosas e o seu fervor pelo futuro. Somos jovens, de certo.
E fazemos tudo aquilo que os jovens sempre foram acostumados a fazer. Mas estará a nossa geração a ir por um bom costume?
Perdes aqueles os quais amas apenas em sentido de "deixei de ser amiga daquele, e daquela, e daquele", pareces importar-te com isso de uma maneira que faz as outras pessoas pensar que o teu mundo acabou, levas os teus pais ao desespero por te trancares durante dias no quarto ou na casa de banho a chorar, sem eles conseguirem perceber o que se passa e como ajudar.
Está na hora de abrir os olhos.
E de repente, tudo muda. Começas a perceber o verdadeiro significado de "perda", bem como ele deve ser. Não perdes apenas em espírito, perdes também fisicamente. Já sentiste que te tiraram uma das pessoas que mais amavas? Uma mãe? Uma avó? Um pai? Ou mesmo um tio ao qual és muito chegado? De certo que muitos se identificam com o que escrevo, mas aposto que mesmo após passarem por isso, continuam a chorar por quem não devem. Dêem valor a quem ainda têm, um dia, o tempo irá levar-vos as pessoas que vocês mais amam, as únicas que algum dia se preocuparam convosco sem pedir ou desejar nada em troca. As únicas que realmente tomaram conta de vocês, aquelas que vos agarraram durante a noite enquanto choravam por ter acordado de um pesadelo. Aquelas que vos contavam historias para adormecer, aquelas mesmas que trabalharam doze horas por dia fora de casa, outras cinco em casa e finalmente dormiram apenas cinco horas, porque as outras duas foram para se levantarem, vestirem e irem trabalhar. Isto tudo porque? Porque precisavam de por comida nos pratos daqueles que realmente amam.
Hoje em dia, amar não é a mesma coisa. Procuram alguém que os complete apenas num aspecto, quando por fim se vêm obrigados a procurar outras pessoas, porque lhes faltam alguns aspectos. Porque não esperar apenas que chegue a pessoa certa? Porque não, cuidar enquanto isso daqueles que realmente lá estão e tens a garantia de que sempre estarão?
Banalizar é então um verbo muito usado por esta sociedade, embora que sim, muitas vezes seja utilizado sem a devida percepção. Banalizas um beijo que a tua mãe te dá, sem saber que esse mesmo pode vir a ser o ultimo. Banalizas o simples facto do teu cão querer subir para a tua cama, sem saberes se amanha acordarás com ele morto na cama dele. Banalizas tudo e mais alguma coisa.
Eu já banalizei, e continuo a banalizar sim. Mas agora com mais percepção, agora com mais atenção e vigor. Porquê? A vida já me tirou algumas pessoas as quais se preocupavam realmente comigo, e após chorar por aquelas que percebi não valia a pena, apercebi-me: sou uma jovem igual as outras, mas posso tentar ser a diferença.
E tu, já disseste a alguém que o amas hoje? Ou continuas a banaliza-lo/la?

terça-feira

JUST KEEP HOLDING ON



Em tempos, eu sofri. Em tempos, tu também sofreste. Em tempos, todos nós sofremos.
Todos nós somos capazes de sentir aquela dor agoniante que parece tomar conta de todo e mais algum bocadinho de todo o nosso corpo. A dor, entranha-se nas nossas veias, com certas manhas por vezes muito estranhas. Então alastra-se primeiro parece atingir todos os nossos órgãos. Paras de comer, passas horas e dias a chorar e quando parece que pior seria impossível ela passa para os músculos, fazendo com que eles se contorçam, que chegam até a parecer apertar contra si mesmos. E quando passada essa fase, a dor passa então para a pele, para a nossa ultima camada de pele, aí, ela toma conta de cada poro que nos faz viver. Sugando até o suor que todos nós temos, até a nossa transpiração se altera e com isto, são os olhos que mais sofrem, de tão inchados e com a cor tão avermelhada que ganharam.
As horas que passaste a chorar, são agora as tuas melhores amigas. Nela, não se encontra apenas dor, mas também alegria, por tudo o que o passado nos gravou para sempre na memória, egoísmo, por apenas querer-mos que a "tal" pessoa volte e seja apenas nossa, deixa também saudade, de cada caricia possível que te lembras, raiva, angustia e revolta são então os sentimentos que mais experimentamos dentro de nós mesmos.
Tentas fazer parecer que está tudo bem, mas sabes que na realidade assim não acontece. Está tudo mal, e só te apetece gritar ao mundo que está tudo de pernas para o ar, mas o que mais tens a fazer se não fingir aceitar? E à noite, enquanto regressas a casa, num choro constante, caís em ti. Julgavas ser forte mas percebeste ao fim de muito tempo, que também partes em pedacinhos.
À medida que o tempo passa, apercebeste que até o teu organismo, tão dependente da outra pessoa, assim o está a deixar de ser. Apercebes-te que agora, nada restam se não boas e más memórias, embora que sejam sempre as boas a prevalecer, se não, de onde viria tanta saudade?
Parabéns, deixas-te de ser dependente do oxigénio chamado "amor", deixaste de acreditar que tudo o que mais querias era a outra pessoa de volta e aceitaste agora a realidade, de que apenas queres ficar como estás, contigo mesmo. Não queres voltar a amar tão cedo, sabe tão bem, mas doí tanto ao mesmo tempo. Achas-te fraca, inútil e até cega, por teres acreditado que poderia haver um para sempre. Mas por fim pensa: ergue a cabeça, apenas as verdadeiras histórias de amor têm um para sempre, elas nunca vão embora e voltam, elas ficam simplesmente, sem nunca desistir de ambas as pessoas.
Se hoje sofres, aprende o que eu aprendi, o teu dia, há-de chegar e aí, serás recompensado por toda a dor pela qual a vida te fez passar.

segunda-feira

Quando dás por ti, saíste do poço onde te pensavas ter enfiado. Novos pensamentos, novos ideias e novos caminhos, é tudo aquilo que se apresenta à tua frente.
De que vale a força de mil homens, se a tua é a única e verdadeira força que te pode ajudar? Não penses que são os outros a ajudar-te, a primeira pessoa a quem tens que dar a mão, é a ti mesmo. Acredita em ti, e mantém-te forte. Após as quedas, aprende e levanta-te.
Tens que sorrir, como se não houvesse amanhã.
Quando se fecha uma porta, abrem-se duas janelas, quando vires que estás a cair, tapa o buraco que se encontra por baixo de ti. Abre os olhos e percebe com o tempo, que nada é como queres. Que a vida te leva a experimentar de tão diversos dissabores e a única maneira que tens para os conseguir ultrapassar, é aprender com eles.
Não interessa se te deixaram amarelo, verde ou mesmo vermelho. Interessa, o desejo que tenhas para estabilizar.
E quando finalmente o consegues vais aperceber-te, de que não és tão fraco como sempre te auto-caracterizaste. Vais perceber que tens valor, pois toda a gente conseguiria levantar-se da mesma maneira que tu o fizeste, mas se calhar, nem todas teriam a coragem para se erguerem como tu o fazes.

sexta-feira

"Levanta a cabeça princesa, ou a coroa caí"

É fácil sentires o coração a congelar, e com ele todas as veias e artérias coladas. É fácil entrares num precipício sem o intuito de cair e no fim, acabares por cair.
Fácil é sonhar, é ter expectativas, fácil é, é tão fácil amar alguém. A questão está sim, na medida em o quão isso te fará bem e quanto tempo te aguentarás.
Deixas de ter chão onde os teus pés pisem, e parece que por muito que aconteça entre tanto, nada é suficiente porque a única pessoa que queres a teu lado, a única pessoa da qual precisas, não está lá para te ajudar, e provavelmente não voltará a estar.
De que vale levar as coisas como certas se de um dia para o outro o que era claro torna-se escuro, com um imenso nevoeiro, algo que desconheces e queres mas não sabes como controlar. Este dia, chega a todos, enquanto nós, seres humanos, saibamos amar com todo o nosso coração. E quando assim o fazes, não mudas sentimentos de um dia para o outro, garanto-te uma coisa, vai demorar a sarar. E mesmo que a única coisa que te apeteça seja isolar-te, sabes que isso não podes fazer. Passar dias fechada/o no quarto não te vai ajudar em nada, não te vai animar ou mesmo fazer com que te abstraias. Saí á rua, por muito que só te apeteça bater com a cabeça nas paredes, gastar papel higiénico e rezar para que tudo melhore. Nenhuma dessas coisas servirá, e no fim, só te irás culpar a ti, mais do que já te sentes culpado desde o inicio do pesadelo.
Ontem disseram-me "Levanta a cabeça princesa, se não cai a coroa" e é nisso que tens que pensar, é nisso que eu tento pensar embora quase nunca seja bem sucedida.
Não desesperes por ficar de coração trancado a uma única pessoa durante algum tempo, ao menos terás a tua consciência livre de que nada forçaste e apenas deixaste o tempo rolar.