terça-feira

Nunca imaginei que um ser humano conseguisse ser tão preciso como tu foste, escolhes-te um alvo e bem para o seu meio atiras-te uma seta que sabias nunca vir a ser devolvida. Sabias que o farias com precisão, sem o mínimo erro.
Hoje, mesmo tendo o capitulo por encerrado, a seta continua aqui, deste meu lado. Encravada como um barco em alto mar sem ter nenhuma saída nem coordenada, qualquer destino, apenas um horizonte. Olho em frente, sem nunca desistir, mas não há qualquer saída. Tu não tens qualquer saída. Parabéns, completas-te o teu objectivo, abandonas-te e permaneces-te ao mesmo tempo. És um passado transformado em presente. És um mal transformado em bem. Memórias transformadas em lições.
Hoje, não choro a tua ausência como em tempos chorei, hoje já não tens a importância que em tempos tiveste, mas a seta continua cá. Tu continuas cá.
E assim vais continuar, é a tamanha a importância que tiveste que te faz permanecer, é o sopro da pequena brisa que não chegou para te levar para longe de mim.
Como uma lição, e não como um sofrimento. Como um abre olho e não como um tapa olho.

Hoje, eu vingo a tua ausência, hoje eu grito que sou mais forte, hoje eu não tenho pudor de dizer: Obrigada pela tua ausência. 1703

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