Nasce, cresce e sobrevive, mas de repente, vem uma rajada e bem lá no meio do espaço, do tempo, no meio do mundo caí, é derrubado como uma frágil e delicada planta.
Fui capaz de deitar fora essa planta, de não querer saber mais dela, embrulha-la em papel, guardar um pedaço no meu interior e outro pedaço numa gavetinha, com o intuito de não la voltar, de nem sequer espreitar.
De repente ela recebe água, bem sem eu saber porque nem como, em volta dela vejo vida, vejo cor, vejo animo, mas depois penso se valerá a pena voltar a reconstrui-la se ele pode morrer de novo, valerá?
O futuro é incerto, é indefinível, ninguém o sabe definir, pelo menos até hoje nenhum ser humano conseguiu. Mas porque não? Se queres chorar, chora por teres feito e não pela magoa de nunca teres tentado, pois dizer "embora tenha errado, eu tentei." é uma coisa que relativamente poucas pessoas podem afirmar.
Hoje, ainda confusa eu volto a plantar a pequena planta de há uns tempos, volto a derramar sobre ela água, volto a deixá-la ao sol, mas desta vez, escolhi melhor as suas cores, o verde é uma cor que nela não quero presente.  Impressionante como um ser humano é tão igual a plantas, tão frágil mas tão persistente ao mesmo tempo.

- Adeus ilusão, e adeus esperança.

Deixar passar o tempo, deixar voar pedaços de memórias, apagar com uma borracha as linhas escritas a lápis, sobressair palavras importantes, tirar o ritmo de uma melodia e fechar os olhos.
Imaginar como seria se pudéssemos fazer isso, memórias más voariam para longe, passado triste seria apagado e alegrias e cor permaneceriam. O ser humano seria um ser quase perfeito se assim o conseguisse fazer, mas não é a verdade.
Por muito que se queira algo, há sempre coisas impossíveis e inalcansáveis, há sempre dor e alegria em cada gesto que façamos, há sempre um misto de tudo o que possamos e não possamos imaginar, e por muito mais que nos prometa-mos a nós mesmos que após ter passado por uma situação por ela não voltaremos a passar isso nunca acontece, pois o sitio onde nos encontramos é um ciclo vicioso no qual caímos e nos levantamos vezes sem conta (cair. levantar, cair, levantar, cair ...).

Portanto nunca digas não ao passado, ele pode sempre tornar a acontecer, abraça o futuro e vive o presente, há quem diga isto da boca pata fora, mas para e reflecte, pensa e ai sim saberás o verdadeiro significado desta pequena frase.

Um dia digo-te ...

 

... que me fazes falta.

O tempo passa mas as memórias continuam, sentimentos são constantes, todos diferentes e quase nenhuns brilhantes. Pessoas aparecem e desaparecem como água corre numa torneira, mas aquelas de sentimento verdadeiro? Essas ficam sempre á minha beira. Já chorei muito, já muito a vida me ensinou, e daquilo que não me quero lembrar com um ponto final ficou, já muitos foram em tempos estrelas, brilhantes como mais nada, mas o tempo fez morrer, e disso ficaram belas, belas memórias, que em fim designam as minhas maiores vitórias.
Não prometo não chorar, porque é o que acontecerá sempre que eu cair, e sabem que mais? Nem vale a pena insistir, mundos que julguei em tempos serem meus, almas que pareciam ser Romeus e que no fundo eram sapos, que mais amargura me trouxeram do que fumo de cigarros. Á tristeza eu prometo não dar mais a mão, vou abandoná-la sem dó nem piedade, não quero mais cair no chão, procurar uma nova fidelidade é o meu objectivo, uma nova mão que me segure e que não pense em mim como algo cagativo.
Farta de contos de fadas que nunca o chegam a ser, promessas e juras que nunca chegam a acontecer, risos falsos, comediantes na hora e em qualquer circunstancia, pessoas assim eu encontro em abundância, são nervos que me provocam, constante irritação, apenas merecem ser tratadas abaixo de cão.

Deixo um desabafo, apenas a escrita me pode entender, é a isto que me agarro, já que ninguém me pode esclarecer.

As pessoas são como o vento, em qualquer ocasião.
Vêm e vão, aparecem e desaparecem, agradam e desagradam; Hoje, sinto saudades da maior parte das pessoas que da minha vida fez parte, da qual contribuiu nem que seja com um olhar para a fazer mais viva, mais alegre. Pessoas únicas, cada uma á sua maneira e ao seu jeito, todas me desiludiram, nem que só por uma vez, mas todas me deram felicidade antes de da minha vida desaparecerem.
Sei que tal e qual como estas pessoas me deixaram estes sentimentos, um torbulhão de sentimentos eu também cometi estes mesmos erros com muitas outras pessoas, pessoas  de quem eu me afastei e desliguei. Pessoas a quem eu falhei e desisti. Pessoas a quem simplesmente passei a apenas sorrir quando por elas passava. Hoje peço desculpa, por tudo o que fiz e por tudo o que deveria ter feito e não fiz. Hoje digo obrigada a tudo o que me fizeram, de bem e de mal, pois tudo permanecerá sempre comigo, são lições e aprendizagens.

Embora custe, eu estou consciente de muitas verdades, mas não prometo que não cometerei erros no futuro que agora no presente sei que o são, o ser humano erra, é a sua natureza, peço desculpa já pelo futuro que posso vir a cometer.