Ele palpita com uma velocidade feroz e imparável, vive o hoje sem viver o ontem e sem imaginar o amanha, vive tão intensamente que parece não ver mais nada, apenas o seu bem maior.
Mas e quando alguém prega uma rasteira? Ou simplesmente, cai sem querer cair. Tenta voar e não tropeçar, tentando não tocar no chão? Tudo o que menos quer é tocar no chão, mas quando se apercebe essa pressa e essa necessidade de não acontecer faz com que deixe de manter as suas mãos presas, e o coração que nelas estava pedente? Cai no chão, nem um colchão tinha por baixo, umas mãos amigas, uma nuvem ou mesmo relva, nada existia. Indefeso, bate no cimento, primeiro fica rachado mas rapidamente piora. Vem uma pessoa e dá um pontapé, partiu ao meio, vem outra e pisa sem o mínimo pudor e aos poucos, o coração já se dividiu em mil pedacinhos.
E o dono do coração? Em que situação fica? Esse sofre, com toda a certeza, uma das piores dores de todas. A dor de amar e não poder amar, a dor de amar e não querer amar ao mesmo tempo. Apagar tudo, memórias e sentimentos não resolve nada, mas aceita-los como um passado é algo que nesse momento é o que mais deseja. A cabeça trabalha agora como se fosse um terço, deixando de trabalhar como um todo. Estragas, interrompes e rompes pensamentos, transformando-os em lágrimas, inocentes mas abundantes lágrimas, salgadas e rápidas, elas correm por uma face. Ultrapassando até a velocidade da luz, elas correm e dançam ao mesmo tempo que se lamentam ao nariz, á boca, ao pescoço e a todas as partes por onde passam. E essas partes? Sofrem com elas, são contagiadas mesmo não o querendo, já sabendo o que ai viria tentar arranjar armaduras e quando se apercebem são fracas de mais, aquilo que julgavam ter construído e ser forte, muito forte, era então fraco e frágil.
O coração ali fica, á espera de ser concertado. Um até depois.
Nem tudo o que acaba, tem que ser mau. Obrigada, por tudo.
Eu * : Tens razão em tudo o que escreves. SEMPRE FANTÁSTICO!
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