terça-feira

Paro para pensar e dou conta de onde estou, do meu mundo, dou conta de mim sentada de pernas cruzadas a olhar para dentro da minha cabeça, a ler os meus próprios pensamentos. Porque é que é tão odiável ler os meus próprios pensamentos? De certo que eles me ajudam em certo ponto, mas neste momento sinceramente, não consigo ver em que é que eles me podem ser úteis.
Sei que agora se torna difícil de pensar, estou de cabeça quente, mas o que posso eu fazer se a única coisa que me apetece é falar, gritar, é discutir com quem nem sequer isso merece? O que é que posso fazer? Chorar e dar o prazer mais uma vez a pessoas cuja mentalidade isso não merece?
Porque é que fizeste o que fizeste? Porque é que fazes o que fazes? Em tempos daria o mundo por ti, de certo que daria, tornavas-te daquelas pessoas essenciais, que estariam sempre comigo, bem do meu lado. Mas depressa o rumo das coisas mudou, e felizmente eu consegui entender isso.
Espantoso como ainda há pessoas a caírem na tua mentira, a deixarem-se enrolar na teia que tu própria fabricas sem parar para pensar um bocadinho.
Gostaria tanto de apagar estas lembranças, mas depressa volto atrás no que disse, sem elas tu continuarias a ser para mim uma verdade falsa, porque sim, a verdade que eu vivia não era de facto uma verdade.

E agora o que me resta fazer? Vou guardar as lembranças durante uns minutos, encaixa-las dentro de uma caixinha, bem organizadinha, mais tarde volto a pegar nelas.

domingo

Olha á tua volta, respira, para um pouco e pensa. Reflecte nos teus actos, reflecte e vê o que passou, os erros que fizeste, os problemas que originaste, as pessoas que desiludiste, a esperança que apagaste e as vezes que me mentiste.
Depois de uma reflexão pensa em como melhorar, em como superar, mas não penses em como me apagar estas memórias, tristes e frias, não penses que as esqueça assim, porque o passado é presente, e tu foste um passado que me trouxe no presente uma grande lição. Obrigada por este presente, afinal de tudo estiveste cá, tenho incertezas quando o falo, mas afirmo, estiveste cá.
Embora a minha voz trema, a minha cabeça não pare e escrever seja a única coisa que me apetece fazer, eu sei controlar-me, um "bem" essencial a qualquer ser humano.
Segue a tua vida, eu já segui com a minha, mas por favor, não me fales, é tarde, fui-me deitar.

segunda-feira

De certo que é possível amar alguém, mas por detrás deste sentimento existe uma grande chave: amar a nós próprios. Para além de toda a ciência por nós seres humanos descoberta existem ainda muitas questões por responder, inúmeras e infinitas questões ás quais eu me questiono a mim mesma, mas por fim, sem nunca chegar a nenhuma conclusão.
O silêncio que eu sempre pensei ser um dos meus melhores amigos, sempre comigo, disposto a fazer-me pensar, fazer-me chegar a conclusões, boas ou más, ele apenas me diz a verdade e só a verdade. É quando faço estas perguntas que o meu "melhor amigo" parece não me saber responder, ele que me diz sempre tudo na cara, da maneira mais dura e fria mas mais sincera ao mesmo tempo, até ele me falha.
Mas afinal, com que é que podemos contar? Com tudo ou com nada? Será a vida assim tão monótona? Haverá algo sincero? Eu acho que sim, a vida não é monótona. Porque por muito que o ser humano erre, e volte a cometer os mesmos erros ele é incapaz de ser insensível, a um certo ponto.
E agora penso, quando se ama alguém ama-se verdadeiramente sem nos amarmos a nós mesmos? Ou será apenas uma ilusão da nossa cabeça?

quinta-feira

Antigo (Abril 2010)

Amor? O que é isso afinal? Há quem diga que um misto de emoções e sentimentos, há quem diga ser o melhor dos sentimentos e quem diga que pelo contrário o pior dos sentimentos. Existem tantos pontos de vista, inimagináveis e alcançáveis a um só ser humano, de certo, nunca ninguém conseguiu provar o que é o amor de verdade.

No meu ponto de vista o amor é ... Algo inexplicável, tão depressa o melhor dos sentimentos como o pior, é ele que nas alturas certas, nas alturas boas, nos dá força e vontade de seguir em frente, nos dá alegria e entusiasmo, nos trás as melhores das saudades que podem existir. Trás-nos enfim tantos sorrisos sem explicação, tantas emoções, diria até trambolhões de emoções.

Podendo também ser o pior dos sentimentos.

O amor engole-nos para dentro do jogo dele, acaba por fazer de nós o que bem quer, é capaz de nos proporcionar o melhor dos sentimentos, tão puro e tão sincero (aos nossos olhos). Existe um conjunto tão grande de situações que nos fazem crer nisso. Cada suspiro apaixonado deitado, cada palavra proferida ao ouvido do nosso companheiro e ao contrário também, cada arrepio que nos é proporcionado, cada “amo-te”, “és tudo”, etc que ouvimos e dizemos, cada toque, olhar, caricia, piada, cada simples conversa, os simples ciumes miudinhos, tudo serve para nos causar um grande bem estar e alegria para com a vida. Sentirmos saudades é talvez até das melhores coisas, dependendo das saudades (...), ajuda-nos a perceber o quão grande é o sentimento ao ponto de as aguentar e suportar, se amamos de tal ponto capazes de superar ou não, o simples facto de elas nos causarem uma vontade interminável e insaciável de querer estar com a pessoa em questão.

Mas depressa as coisas mudam de rumo, á medida que tudo veio, tudo foi construído a partir da raiz, cuidadosamente cuidado para nunca deixar secar, vem uma rajada de vento e trás. Tudo é desmoronado bem a nossa frente, tudo o que sonhamos e lutamos para ter, tudo que julgamos durar, todas as expectativas investidas parecem ser derrubadas. Esse seja talvez um dos piores sentimentos, não falando em mortes. Este sentimento é tão capaz de nos por em baixo, infelizes ao ponto de quando sorrirmos estarmos de facto a mentir, é capaz de nos deixar sem fome e consequentemente nos deixar fracos e cansados derivado á falta de fome e de sono. É capaz de nos fazer pensar tanto, tanto, de por os nossos neurónios a funcionarem a mil á hora, obriga-nos então a pensar nas melhores coisas. É sempre assim, começamos a pensar em cada momento, o primeiro dia, a primeira vez, as primeiras palavras, o primeiro beijo, o primeiro “amo-te” e é inevitável que, quando damos por nós tenhamos uma gota de água meio salgada, vinda do nosso interior a derramar-nos pela face, tão suave e frágil, tão “apagável” com uma simples mão, e sentimos outra atrás de outra, aí começamos a sentir os soluços e todo o mau estar que isto nos transmite, toda a vontade de desaparecer, de fugir para bem longe, toda a vontade de fazer entender á outra pessoa que vale a pena lutar quando se ama, porque não? Mas depois percebemos que essa pessoa talvez não ame sequer ao ponto de querer lutar. Todas as expectativas desaparecem como água desaparece entre as nossas mãos. Passa um dia, dois dias, passam até três, mas por fim percebemos que assim não pode ser, talvez a outra pessoa não mereça. Não é possível viver assim, continuar neste continuo sentimento. Reformular as ideias e gerir o tempo de modo a não pensar tanto ao ponto de chegar este acto a ser voluntário talvez seja um boa ideia, realmente, uma grande ideia.

Afinal de contas, o que sabemos nós da vida? Todos tivemos desgostos, todos tivemos alegrias, tudo o que teve um inicio teve que acabar, e apesar de na altura parecer o final do mundo, não imaginarmos a nossa vida sem a outra pessoa pode ser muito angustiante, mas com o tempo, a nossa rotina volta ao normal, a que era antes, voltamos a conseguir sorrir e a conseguir pensar menos no assunto e quando damos por nós voltamos e encontrar outra pessoa e já “esquecemos” o passado parceiro, é assim a vida, triste mas boa ao mesmo tempo. É a lei, a que nenhum sai impune, todos passamos por ela.

Embora me tenha custado, e talvez ainda custe, tive que aprender isto, e chegar a esta conclusão, porque não aproveitar todos os momentos como se fossem únicos? Não pensarmos no ontem nem no amanhã, pensarmos apenas no hoje, no presente. É um acto que posso garantir ser o melhor, ajuda imenso a ultrapassar tudo, todo o sentimento. Dou por mim a pensar – Mas afinal sou uma criança a que parecem ter tirado o seu brinquedo preferido? NÃO, sou uma rapariga/mulher que já consegue pensar e reagir, seguir em frente é tudo o que resta, é o caminho mais aplausível a tomar, quer custe quer não, sei que será para meu bem.

Custa-me adormecer sem ouvir o “amo-te” tão desejado, custa-me adormecer a pensar em como era bom, em como eras, todos os teus traços e o teu cheiro, dou por mim e pensar nas palavras doces que por vezes me dizias, mas caio em mim, é PASSADO.

Não conseguiste, ou não quiseste lutar.

A escolha foi tua, assim o decidiste.

é um ciclo vicioso. Apenas temos que aceitar, é assim com todos, e não só connosco.

Nada mais há a fazer, e passa-se mais um dia, este agora com mais força e mais animo, porque tenho bem assente na cabeça isto há-de passar.


Ps. Amo-te (mas há-de passar).

segunda-feira

Pensamentos. Pensasse em tudo, no errado, no correcto, no passado, no futuro e no presente. Pensasse o que poderiamos ter feito, o que gostariamos de emendar, o que nunca deveria ter acontecido, pensasse como queremos que seja no futuro, e pensasse o porque de o presente ser assim.
É como se analisasse-mos uma árvore desde o preciso momento em que a plantamos, a observasse-mos a crescer, a desenvolver, e depois disso visse-mos que todas as suas folhas iriam cair com o passar do tempo, ela irá murchar, mas claro que de novo ao lugar ela vai voltar.
É uma de algumas comparações que encontramos para o comportamento humano. Mas será que mesmo com esta ciência avançada ainda esteja para explicar o porque de assim sermos? Estou farta de esperar por esta resposta, tenho que o dizer.
Medo de errar, medo de voltar a cometer os mesmos erros, medo de cometer erros que prometemos nunca cometer, saudades de uma pessoa, saudades daquele abraço, daquele sorriso, força para enfrentar o futuro (embora que muitas das vezes ela volte a ser derrubada com ainda mais força do que da primeira vez), enfim, um turbilhão de sentimentos e pensamentos.
Mas pensamentos destes, quem não os tem?