sábado

O mundo? Está cheio de caminhos de terra e estradas, com altos e baixos, com finais felizes (aqueles que continuam) ou até becos sem saída.
Nós, temos tendência a minorizar sinais de novas etapas, novos caminhos, novas terras. Não vendo, ou até não querendo ver. A nós e só a nós, nos cabe optar por caminhos ou estradas, com um fim ou sem qualquer tipo de fim, á deriva, a descobrir. Ma fica ciente que conforme as tuas escolhas, és tu que arcas com todas as consequências e juízos de valor, és tu que sofres, ou te alegras.
Eu, já exprimentei de tudo, ou quase tudo. Desta, optei por um caminho, do qual eu não sabia se teria saída ou não, criei um ponto de vista, e pensei com força "tem saída". Mas e agora? Vejo o caminho a ficar cada vez mais curto, vejo um muro á minha frente que me tapa a luz do sol, cada vez mais, a cada milímetro que me aproximo. Sinto silêncio, sinto frio. Começo a tremer e a querer voltar a trás. Mas já não á volta a dar, arrependo-me facilmente, sento-me no chão sem qualquer saída, ideia ou ponto de vista. Devia ter pensado duas vezes, antes de começar a andar.
Mas não pensei, agi de cabeça quente, apenas com a vontade de melhorar, de mudar e de voltar a acreditar. Talvez não devesse ter voltado a acreditar.
Mas é tarde, e eu já recomecei a minha caminhada, ando durante meia hora, e por fim, encontro o final desta caminhada, com um muro de tijolos á minha frente, tento desmonta-los, mas é impossível. Estão construídos com cimento e pintados de preto, tiram-me a esperança. Não se pode voltar atrás, destruir o que antes foi construído.

Nunca fui boa a saltar muros, mas este, vai ser um pelo qual eu vou saltar. E talvez, mas só talvez, seja possível encontrar uma nova estrada (etapa) por detrás deste muro. Obrigada pelo desabafo 

quarta-feira

9/Novembro/2010 - aula de português

É triste perceber como do nada destróis tudo, como foste capaz de tirar a vida a um sentimento, tão frágil como uma planta, arrancaste-a do solo sem pena, sem nunca a voltares a plantar.
Fizeste o muro cair e com ele cais-te tu também, e tudo o que julgava em tempos ser verdadeiro, julgo agora ser a maior das mentiras.
És uma escrita a caneta cuja é inapagável, um traço continuo curvilíneo, com os seus altos e baixos. Não te vais embora, ou eu não te deixo ir embora.

Porquê?
(escrito a nove de Novembro de dois mil e dez, aula de português por volta das 10h)

domingo

Faz-me ter cor, faz-me voltar. Faz com que eu deite fora o passado, ou então o guarde mas sem sofrer ao recorda-lo. Embrulha-me bem embrulhadinha e leva-me sempre contigo, no teu bolso ou até na tua mão, promete-me apenas que me levas contigo. - Não te deixes iludir, nada é um mar de rosas, mas promete que apenas ficas, bem ou mal, apenas ficas. Não existe um para sempre nem um nunca, não existe felicidade sem tristeza, tal como não existe noite sem dia.

Eu, não quero existir sem tu existires.

quarta-feira

pensa duas vezes

Tudo está bem e a caminho de melhorar, vês sonhos serem concretizados, vês esperanças a aparecer. Mas é sempre ai, por muito estranho que pareça, que algo acontece.
Chega sem aviso prévio, e sem o poder-mos evitar. E agora? Pensa rápido e sem juízos de grande valor, age de forma natural e correcta, mas pensa duas vezes.
E lembra-te: isolares-te não é solução, por muito que seja esse o teu desejo. Arranja forças e vai á luta, segue em frente sem baixar a cabeça. E por muito que te apeteça baixar a cabeça e esconderes-a num buraco, confia, essa não é a melhor opção. Pois após fazeres isso e teres virado costas ao teu problema irá aparecer outro, igual ou até de grau maior e ficaras sem saber como reagir e por sua vez, suportar.
E agora? Volto a perguntar, não há saída, fizeste tudo o que não deverias ter feito, brincas-te e respondes-te, abusas-te e habilitaste-te. E agora? Estás no meio de um labirinto, com altas paredes verdes, as quais não te deixam raciocinar.Não te aflijas, dá um grito, mas ninguém te ouvirá. Corre, embora que sem nenhuma saída. Sê bem vindo, ao interior da tua mente.
Sentes a pressão? És compressado com uma força gigantesca, obrigado a pensar naquilo que não queres, em todos os teus receios. Pensas e no fim, após tirares conclusões encontras numa parede um buraquinho que te mostra alguma luz. Vais lá e espreitas, olhas para o mundo lá fora e lembras-te da desgraça e do desagrado. Viras costas á luz e voltas a perder-te no labirinto, desta vez por escolha própria.
Percebes que o que inicialmente é mau, é agora bom, e que há coisas piores, ou nós somos coisas piores.
Refugias-te na tua mente como uma concha se refugia no mar frio. Finges não ouvir quem está ao teu lado e adormeces.

Fugi para a minha mente, até amanhã,
adeus minha gente.

segunda-feira

PS. I love you

"Não preciso de ti", embrulho o teu nome num papel, esmago-o, amando-o contra a parede, faço uma bolinha dele e mandando-o pelo janela, deixo que ela caia lentamente no chão, pare e imobilize.
Com o papel foram juntos todos os sentimentos que deixas-te para trás, toda a angustia e o medo. Todas as vezes que não me levantei quando devia, para me sentar na minha cama num soluçar e num choro constante que parecia não acabar, e aqueles minutos que me fazias ficar assim pareciam ser os mais longos, transformando-os em horas; Todas as vezes que me quis recompor, mas voltou a acontecer; Todas as vezes que não tinha forças para caminhar; Todas as vezes que fechava os olhos e te imaginava comigo; Todas as vezes que sorri ao recordar, embora sabendo que era passado; Todas as vezes que me desde acessos de criatividade, e me fizeste escrever como nunca, com um sentimento inacreditável; Todas as vezes que TU estavas presente, ou seja, sempre.
Apercebo-me facilmente, e corro, com pressa e desajeitadamente. Destranco a porta e abro-a, desço as escadas a correr, tropeçando e caindo logo no primeiro lance. Força, penso para mim, e volto a levantar-me, ainda que desajeitada consigo chegar á entrada, sorrio com um gosto a vitória e saiu pela porta. Agachando-me lentamente tentando não cair, estendo o meu braço e alcanço a bola de papel, a minha mão treme como nunca visto, um tremer constante e até impressionante, largo o papel e penso não posso ceder. Mas é mais forte que eu, não te consigo deixar partir. Volto a agarrar e sinto uma lágrima escorrer pela minha cara, limpo-a com a minha mão ainda a tremer, subo as escadas, agora mais aliviada.
Abro o papel e marcas de água surgem então nele, o choro derrama mas o teu nome parece não se apagar, deito a cabeça sobre a almofada, com o papel amachucado de baixo dela, e ali adormeço.

Não te consigo largar, "PS. I love you".