quarta-feira

pensa duas vezes

Tudo está bem e a caminho de melhorar, vês sonhos serem concretizados, vês esperanças a aparecer. Mas é sempre ai, por muito estranho que pareça, que algo acontece.
Chega sem aviso prévio, e sem o poder-mos evitar. E agora? Pensa rápido e sem juízos de grande valor, age de forma natural e correcta, mas pensa duas vezes.
E lembra-te: isolares-te não é solução, por muito que seja esse o teu desejo. Arranja forças e vai á luta, segue em frente sem baixar a cabeça. E por muito que te apeteça baixar a cabeça e esconderes-a num buraco, confia, essa não é a melhor opção. Pois após fazeres isso e teres virado costas ao teu problema irá aparecer outro, igual ou até de grau maior e ficaras sem saber como reagir e por sua vez, suportar.
E agora? Volto a perguntar, não há saída, fizeste tudo o que não deverias ter feito, brincas-te e respondes-te, abusas-te e habilitaste-te. E agora? Estás no meio de um labirinto, com altas paredes verdes, as quais não te deixam raciocinar.Não te aflijas, dá um grito, mas ninguém te ouvirá. Corre, embora que sem nenhuma saída. Sê bem vindo, ao interior da tua mente.
Sentes a pressão? És compressado com uma força gigantesca, obrigado a pensar naquilo que não queres, em todos os teus receios. Pensas e no fim, após tirares conclusões encontras numa parede um buraquinho que te mostra alguma luz. Vais lá e espreitas, olhas para o mundo lá fora e lembras-te da desgraça e do desagrado. Viras costas á luz e voltas a perder-te no labirinto, desta vez por escolha própria.
Percebes que o que inicialmente é mau, é agora bom, e que há coisas piores, ou nós somos coisas piores.
Refugias-te na tua mente como uma concha se refugia no mar frio. Finges não ouvir quem está ao teu lado e adormeces.

Fugi para a minha mente, até amanhã,
adeus minha gente.

segunda-feira

PS. I love you

"Não preciso de ti", embrulho o teu nome num papel, esmago-o, amando-o contra a parede, faço uma bolinha dele e mandando-o pelo janela, deixo que ela caia lentamente no chão, pare e imobilize.
Com o papel foram juntos todos os sentimentos que deixas-te para trás, toda a angustia e o medo. Todas as vezes que não me levantei quando devia, para me sentar na minha cama num soluçar e num choro constante que parecia não acabar, e aqueles minutos que me fazias ficar assim pareciam ser os mais longos, transformando-os em horas; Todas as vezes que me quis recompor, mas voltou a acontecer; Todas as vezes que não tinha forças para caminhar; Todas as vezes que fechava os olhos e te imaginava comigo; Todas as vezes que sorri ao recordar, embora sabendo que era passado; Todas as vezes que me desde acessos de criatividade, e me fizeste escrever como nunca, com um sentimento inacreditável; Todas as vezes que TU estavas presente, ou seja, sempre.
Apercebo-me facilmente, e corro, com pressa e desajeitadamente. Destranco a porta e abro-a, desço as escadas a correr, tropeçando e caindo logo no primeiro lance. Força, penso para mim, e volto a levantar-me, ainda que desajeitada consigo chegar á entrada, sorrio com um gosto a vitória e saiu pela porta. Agachando-me lentamente tentando não cair, estendo o meu braço e alcanço a bola de papel, a minha mão treme como nunca visto, um tremer constante e até impressionante, largo o papel e penso não posso ceder. Mas é mais forte que eu, não te consigo deixar partir. Volto a agarrar e sinto uma lágrima escorrer pela minha cara, limpo-a com a minha mão ainda a tremer, subo as escadas, agora mais aliviada.
Abro o papel e marcas de água surgem então nele, o choro derrama mas o teu nome parece não se apagar, deito a cabeça sobre a almofada, com o papel amachucado de baixo dela, e ali adormeço.

Não te consigo largar, "PS. I love you".

quarta-feira

Abro os olhos, levanto-me em direcção há janela. Após aberta, sinto uma brisa fresca a entrar pelo meu quarto, apresso-me a fecha-la e volto para dentro. Deito-me e fecho os olhos, e quanto mais parece que quero dormir menos sono eu tenho. Irrequieta como uma pulga, sinto o meu coração como se fosse uma batata quente, de um lado para o outro, "sossega" sussurro eu, mas parece de nada adiantar.
Continua de um lado para o outro, sem nunca se acalmar, na incerteza de não passar vou beber água, esta parece afoga-lo ainda mais nas suas incertezas, sinto-o agora como se o estivessem a asfixiar, a redimi-lo a uma insignificância mínima. Arrependo-me dos meus passos até ali e volto a deitar-me.
2ª tentativa falhada. Continua irrequieto. Nada parece adiantar. Um nó na garganta tende a aumentar, um soluçar aparece juntamente com um choro miudinho, que pouco tempo leva a ser mais do que isso. E ali fico, uns longos 5 minutos com a mesma atitude, até que caiu em mim, e me apercebo de que para conseguir o que queremos nada é fácil. Que até o caminho mais fácil tem parcelas muito difíceis. E esta, é uma delas.

Com saudade e incerteza, mas com animo e força, 
votos de uma boa escolha, esta minha para 2011.

quinta-feira

O tempo passou e não fez o que dele eu esperava, não tardou até este me virar costas.
Deixou-me num beco sombrio sem qualquer saída, onde não passam pessoas, á mercê de doenças. Eu penso "Sê forte" e por breves instantes eu sou forte, mas é quando realmente me apercebo daquilo que faço, que deixo de acreditar em mim.
Penso e reflicto,  não foi isto que escolhi, mas foi o que achei, tantas asneiras e em troca nada ganhei.
Recomeça, levanta a cabeça, não tenhas medo de encarar o presente se não queres ter medo do futuro. Abraça-o e aproveita. Mas e se eu não o quiser? E se as minhas incertezas não o permitirem?
Sinto a cabeça cheia como uma caixa de correio a transbordar de cartas. Diversificadas cartas, dos mais diversos assuntos.
Abro a caixa e exponho as cartas ordenadamente sobre a mesa, ordeno-as por ordem de chegada, mas a confusão é tanta que elas voltam a desordenar-se.
Desisto e arrumo as cartas, fecho o correio.

Sem preocupações por favor. Em 2011 volto a abrir o correio.

terça-feira

Nunca imaginei que um ser humano conseguisse ser tão preciso como tu foste, escolhes-te um alvo e bem para o seu meio atiras-te uma seta que sabias nunca vir a ser devolvida. Sabias que o farias com precisão, sem o mínimo erro.
Hoje, mesmo tendo o capitulo por encerrado, a seta continua aqui, deste meu lado. Encravada como um barco em alto mar sem ter nenhuma saída nem coordenada, qualquer destino, apenas um horizonte. Olho em frente, sem nunca desistir, mas não há qualquer saída. Tu não tens qualquer saída. Parabéns, completas-te o teu objectivo, abandonas-te e permaneces-te ao mesmo tempo. És um passado transformado em presente. És um mal transformado em bem. Memórias transformadas em lições.
Hoje, não choro a tua ausência como em tempos chorei, hoje já não tens a importância que em tempos tiveste, mas a seta continua cá. Tu continuas cá.
E assim vais continuar, é a tamanha a importância que tiveste que te faz permanecer, é o sopro da pequena brisa que não chegou para te levar para longe de mim.
Como uma lição, e não como um sofrimento. Como um abre olho e não como um tapa olho.

Hoje, eu vingo a tua ausência, hoje eu grito que sou mais forte, hoje eu não tenho pudor de dizer: Obrigada pela tua ausência. 1703