terça-feira

Operações cerebrais


E ali está ela, sentada num banco de jardim à espera. Ela pode mesmo esperar horas, mas nunca desiste. Luta vivamente como nunca ninguém tivera visto antes, luta com as suas unhas, os seus dentes e essencialmente, luta com a sua poderosa mente.
Faz esquemas, operaciona contas, liga e desliga possibilidades, faz da vida um jogo. Faz do amor uma verdade e consegue vê-lo realmente como ele e, uma brincadeira.
Em todas as peças que na vida dela caíram, ela soube, embora sempre passado algum tempo, distinguir. Aquelas que eram boas e aquelas que eram más, aquelas que faziam do amor uma brincadeira séria, ou uma brincadeira de mau gosto.
Conforme ela pensa, podem até cair algumas lágrimas, e é o seu pensamento que as rouba. Rouba-as devido ao reflexo que este a obrigara a fazer, um esforço psicológico maior e mais doloroso do que qualquer um que ela teria de fazer com o resto dos seus problemas e afinal, era este o seu maior problema do momento, a sua felicidade.
E é nesse banco que ela continua a esperar e promete a si mesma nunca mais deixar voar qualquer tipo de oportunidades.
Ele chega e ela promete não o deixar, mas ele não acreditava nas suas palavras, apenas porque um dia ela decidira desistir. A rapariga, volta a implorar, profere que o ama e com uma serenidade contagiante diz que a vida dela se encontra ali, diante de si, enquanto cutículas de água lhe escorrem lentamente pelo rosto.
E no fundo ela tinha razão, nunca tinha cometido nenhum erro exuberante, apenas desistira daquilo que pensara que nunca teria futuro. Um dia arrependeu-se, e voltou à luta jurando a si mesma, que nunca mais iria desistir.
E no fim, tudo o que restara naquele fim de tarde naquele banco de jardim, seria uma pétala de uma rosa que ela levara para o rapaz, e ele sem pensar ou sem se importar estragara-a.

Com isto, nunca desistas dos teus sonhos/idealizações,
nunca vires as costas a alguém sem lhe dar uma segunda oportunidade.
Porque afinal, todo o ser-humano erra.

sábado

Portas entre-abertas, feridas abertas


Todos os momentos pelos quais passamos nos deixam pelo menos uma cicatriz.
Mas enganam-se se pensam que falo em algo fisico, porque falo sim em algo psicológico. Cicatrizes que chegam a deixar mais marcas do que várias feridas abertas, cicatrizes que moem sem dó algum de nós.
Cicatrizes que não fecham as portas, preferem deixa-las entre-abertas para que a corrente de ar possa entrar e assim, te desalinhe as ideias ou mesmo, para esfriar as feridas.
E depois, há sempre os anti-corpos, designados como "protectores do corpo humano" mas já pensaram que esses mesmos, são apenas para partes físicas? Cuidam dos neurónios, mas não do que dentro deles vai, cuidam do coração mas não da maneira que ele bate.
Afinal, quem fecha estas portas? Quem cuida de ti psicologicamente se não tu? Encontras alguém? Eu não.
Uma resposta, alguém é capaz de ma dar? Ou então um pouco de óleo já servia, ao menos assim, era capaz de fechar as portas sozinha, de as desenferrujar e de as fazer doer menos.
Mas se fores daquelas pessoas sem dificuldade para fechar portas, quando as fechas não ficas com a dor da duvida?
Isto é, ao fechares uma porta fechas sempre com ela alguma coisa lá dentro, e se essa coisa, for um pesadelo? Uma duvida que não se apaga, que te chateia o juizo, que te faz medo ou mesmo que te moi? Ai, depois da porta fechada já não há nada a fazer.

Pensa bem antes de falar, ou pensa bem antes de agir.
Pensa em ti e pensa no teu bem estar, não prefiras ficar na duvida.

quarta-feira

Não existem fracos, nem fortes.

Engraçado como tu mesmo te enganas a ti próprio, engraçado como olhas o mundo de lado e no fim, acabas a fazer igual ou pior que os outros.
Pensas ter opinião própria mas a fim és o mais influenciável, pensas ser forte quando essa força só te leva a fracasso, pensas ter o mundo a teus pés quando é ele, que te tem a ti a seus pés.
Sonhas alto sem pensar na queda, quando te apercebes já estás no vigésimo andar e já não há maneira de voltar atrás, continuas para cima, porque é para ai o caminho e chegas a um certo ponto que alguém te empurra sem teres para-quedas ou outro algum tipo de suporte.
Aleijas-te, isso é certo, mas será que o suficiente para não voltares a cometer o que antes foi feito?
Agarras pessoas que afinal a ti não te pertencem, ou que o fingem ser, sonhas ser alguém e no futuro serás alguém completamente contrário ao que imaginas-te. E porque? As oportunidades que esta vida te dá, nem sempre coincidem. As pessoas que à tua frente são colocadas, atravessadas no teu caminho, nem sempre são as mais correctas.
E quando seguras uma mão, costumas larga-la? Não? Mas há quem o faça. Quando tu, te sentires a pessoa mais protegida e mais querida de alguns, é quando a outra pessoa se aproveita, e te larga a mão. E aí? Tenta ficar com o que construíste, mas e a força que tinhas perdido com a queda sem para-quedas? Essa volta, porque a fim, nunca desapareceu, apenas esteve adormecida. E com isso, voltas a ser tu, com o que era teu.

Não existem fracos, nem existem fortes. 
Existem forças bem acordadas e aqueles, que se esquecem delas deixando-las adormecer.

sexta-feira

não faças da tua vida um refeitório


A mesma rapariga que hoje dizes andar na vida, é aquela que ontem admiravas por tanto amar.
Viras os olhos até ao passado que se expõe a cem por cento e reparas que essa e mais noventa por cento das raparigas ontem estavam estáveis, com um bom namoro. Mas porque mudaram? Por falta de força!
Deixam de acreditar e deixam também voar a sua dignidade. Fazem da vida delas a vida de uma qualquer, já não saem á noite em grupo para se divertir, mas sim para se vingar.
Qual será a realidade destas raparigas? Aquelas que não se importam com opiniões alheias e aos poucos e sem se aperceberem estragam a sua própria vida e conduta desta mesma? Tudo por causa de um amor passado, que teria sido um erro?
E estas não param. Continuam um ciclo, um aglomerado que cada vez reúne mais rapazes e consecutivamente mais raparigas.
Reflecte, aquela que tu hoje chamas de "puta", assim o pode ter virado por tua única e exclusiva culpa, ou então, por culpa do rapaz com quem estás agora. E aquele que chamas de cabrão? Assim o pode ter virado por tua culpa.
Onde estão os dez por cento que hoje, continuam estáveis e dignos? Esses sofrem e continuam á espera que os outros noventa por cento mudem. Mas em vão? (Pergunto eu) Talvez não! Talvez sejam a ultima esperança que esta geração tem para mudar de rumo.


Não faças da tua vida um refeitório*

domingo

Lei da vida, 11/Set leca

Faço uma questão: quando ocorre uma morte, onde será que estas mesmas almas irão parar? Um sitio melhor, é o que toda a gente diz mas e se, não houver sitio melhor? Ou se esse mesmo sitio melhor, for um sitio pior?
Será normal chorar por quem parte, se em parte sabemos, ou supomos, que estejam melhor depois de partir? É incerto e é doloroso, imaginar como estarão, onde estarão ou mesmo se estarão.
E a única coisa que consegues fazer, é derramar lágrimas, mesmo quando tentas parar elas insistem em jogar contra ti. Com que objectivo se sabemos que elas não irão chegar até quem pretendemos? E se elas, não valerem metade do que essa alma valia para nós?
Será normal doer tanto quando proferimos um "era", ou mesmo quando dizemos "é" engolimos a seco e por fim corrigimos "era"? Querer voltar atrás com a consciência pesada, com uma culpa que carregamos nos ombros, mesmo que toda a gente te diga que não a tens, ou mesmo que toda a gente te apoie. Passares por qualquer canto e relembrares todo o passado que atrás de ti se expõe, relembrares cada pormenor, cada pestanejar e mesmo cada tentativa falhada?
Quereres parar, mas não conseguires. Quereres trazer de volta, mas ser impossível.
E a morte, em que lado fica? No oposto ou no mesmo? Dolorosa ou indolor? Repentina ou duradoura? De que modo e porque? Porque se partem tão novos e tão ... Amados?
Respira fundo, embora não seja nenhum teste. Não precisas de chorar para demonstrar o quanto a amavas, precisas de estabelecer a calma e evitar o teu ponto fraco: a tua memória. Até que ponto ela está do nosso lado? Até que ponto ela, e a vida, brincam connosco? Tão depressa a temos como tão depressa ela nos é tirada. É a lei da vida, sobreviver ou morrer.
E esta obriga-nos a descansarmos, e se isso for um treino para um dia mais tarde descansarmos eternamente? Será o sono pesado capaz de nos fazer esquecer? Se assim for, minha pequenina Leca, por favor, faz com que não acorde tão cedo. Assim sabes que estarás sempre comigo, apenas não terás de ver o sofrimento daqueles que te amavam.
Rip, love you always. Porque neste caso, o always existe